quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

“o diabo na rua, no meio do redemoinho....”

Quando pequeno achava mágico os redemoinho que apareciam no meio da rua, sempre imaginava que poderiam se transformar em ciclones se algo não os parasse. Mas tampouco queria que parassem, corria para entrar no meio deles e esperava que a força do vento me fizesse voar e rodopiar, nunca acontecia e o redemoinho morria. Com o tempo descobri que era eu quem os matava. Eu cresci andando pelas bandas do mundo, e assistindo e matando os redemoinhos na esperança que um fosse mais forte que eu e me fizesse voar e rodopiar. Sempre em movimento como o vento e os redemoinhos, não parava em algum dos confins do mundo eu acharia o redemoinho que me mataria. Em um lugar perdido vi o redemoinho e fui cumprir minha sina, no meio do caminho uma senhora, bem velha, disse para eu não chegar perto, que no redemoinho estava o demo e que enfeitiçava as pessoas a irem embora com o vento. Não dei ouvidos, era o assassino de redemoinhos. As crianças da vila gostaram da brincadeira, mas a velha e muitos outros nem deixaram que elas experimentassem a sensação de matar o redemoinho. Tive de ir embora da cidade, depois de entrar no redemoinho eu estava com o demo no corpo, tinha pactado com O Coisa-Ruim. A vila perdida não gostou. Depois de sair me veio a idéia que eu fora enfeitiçado, eu rodava pelo mundo atrás do vento, mas mais que isso. Eu colecionava diabos.