segunda-feira, 25 de abril de 2011

Apocalipse Now!


Eu te amo!!!!

Eu nunca quis dizer essas palavras a você e posso ver em seus olhos que você, também, não queria ouvi-las. Tenho certeza que tudo muda a partir de agora, tanto para você, quanto para mim. Sei bem o poder das palavras, elas são capazes de destruir mundos, assim como construir outros e eu, infelizmente, acabei de construir um mundo destinado á destruição, não consigo sentir nada, além de tristeza, ao contemplar seu silêncio e gostaria que você tivesse uma resposta na ponta da língua, de preferência, um: eu também te amo!! Agora vejo que minhas palavras, meras palavras, destinadas a expressar sentimentos que não tenho certeza se posso definir, te deixaram desconfortável, assim como seu silêncio faz comigo. Não faço idéia do que quero dizer com essas palavras, mas elas há muito criaram um mundo, no qual você está sempre ao meu lado e quando as disse, esperava concretizar essa fantasia tão assustadora, quanto confortável. Afinal, a minha fantasia era, e ainda é, bem mais bonita que a realidade e eu queria que você a compartilhasse comigo. Por que sem você esse mundo não se sustenta e vejo-o despedaçar em câmera lenta. Quando você for capaz de dizer algo, já será tarde, este mundo já não existirá e eu... Eu serei os despojos deste mundo destruído.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Fake Feelings

“Ando tão à flor da pele. Qualquer beijo de novela me faz chorar”. Em média um adulto ri de dez a vinte vezes por dia, entenda que riso é uma resposta visual e sonora a estímulos variados, uma criança por sua vez, ri, em média, vinte vezes mais. É de fato uma informação inútil, adquirida em alguma situação inútil, utilizada em um texto inútil, assim como milhões de outras que avidamente perseguimos, mas isso não importa agora. A intenção é levantar uma crítica (ou simplesmente mostrar como somos imbecis). Todo mundo vai ao cinema, todo mundo ouve música, nem todo mundo vai ao teatro, nem todo mundo lê um livro. No geral, se alguém está de fato concentrado em alguma dessas atividades, várias coisas não passam por suas cabeças, sempre estamos estupidamente distraídos ou estupidamente concentrados. Entretanto, recentemente, por vários motivos complexos e insignificantes, essas atividades perderam um pouco desse poder hipnótico e algo diferente de “o que acontecerá depois disso?” perpassa meus pensamentos (óbvio que, constantemente, isso não é lá algo muito difícil de prever). Alguns detalhes tragicômicos das atividades apresentadas escorreram dos meus olhos, ou explodiram boca a fora, invadiram meus ouvidos ou ficaram presas em minha garganta. O que me fez reparar, o quão estamos susceptíveis aos sentimentos demonstrados, principalmente, por filmes. É óbvio, mas nem por isso deixa de ser surpreendente, como se ouve tantas risadas em filmes de comédia; choros, fungadas, tosses fingidas, em dramas, etc, etc... “Claro, seu idiota é a intenção!” É claro que é a intenção, essa é a parte óbvia, a parte surpreendente é que, se ouvem mais risadas, vemos mais choros durante um filme, do que em situações reais e normais. Nas quais risadas e choros, não só, são possíveis como esperadas. Neste ponto resgato a informação inútil apresentada no início, ao que parece crianças não dependem, em nada, de estímulos falsos e forçados para demonstrar seus sentimentos, pelo menos não, quando estão relacionados ao riso. Desses detalhes brotou uma questão, por que somos tão dependentes de estímulos falsos? É mais fácil em alguém ser sincero dentro de uma sala de cinema, do que na vida real. Estamos confortavelmente entorpecidos, que só conseguimos responder a estímulos quando eles gritam, berram, esperneiam em nossas retinas e ouvidos e mesmo assim, só depois de termos ficado ainda mais anestesiados. E o pior ainda, esses estímulos são tão ridículos e clichês que é, absurdamente, surpreendente que ainda funcionem e sempre funcionam . . .