sábado, 17 de maio de 2008

Ensaio sobre a Verdade

Sócrates expulsou os poetas do Estado em “A República”, não bastasse isso, jogou fora suas obras. Isso porque objetivo dos poetas era copiar a realidade, entretanto essa já era a cópia de algo e a cópia da cópia não é algo que sirva para ensinar valores. Nas poesias os Deuses eram mesquinhos, hipócritas, dissimuladores, invejosos e arrogantes, mas os Deuses são entidades sobre humanas, seres perfeitos, exemplos de virtude e bondade, obviamente, não poderiam ser como diziam os poetas. Portanto, além de mentir, os poetas se vangloriavam e se inspiravam pelo falso. Não é novidade que Sócrates nunca escrevera nada, suas idéias chegaram a nós via Platão. É irônico lembrar que alguns pesquisadores defenderam a idéia de que Sócrates não existira, foi apenas uma invenção de Platão para exemplificar suas idéias. Além disso, Platão nem sequer chamava-se Platão. Pesquisadores também questionaram a existência de Homero e de Shakespeare. Pessoas afirmam terem visto ou conhecido Hilda Furacão, e um leitor de Humberto Eco questiona-se, e questiona ao autor, como uma personagem, ao passar por uma rua, não vira o incêndio que destruíra uma casa.
Claro que temos um problema quando Sócrates diz que os Deuses não eram dissimulados. Com certeza desconsidera que a Europa só tem esse nome porque Zeus, transformado em boi, seduziu a jovem Europa. Mas, é possível que Europa não tivesse esse nome na época de Sócrates. Entretanto é fato que o Estreito de Gibraltar foi separado por Hércules, e Sócrates sabia disso. Dessa forma Ulisses em sua viagem de regresso a Ítaca, pode passar pelo Estreito e fundar a cidade de Oulissipo, atualmente conhecida como Lisboa. Quisera que os lisboetas recebessem um pouco da astúcia de Ulisses e não só o gosto por viagens e pelo mar. O Ulisses, não o de Tróia, o irlandês, de Dublin, também gostava de viagens, só que a dele durou apenas um dia e virou atração turística, a do Ulisses de Tróia, bom, é uma incógnita. Seria interessante se a viagem de Dante virasse atração turística, tenho certeza que as Igrejas monopolizariam esse mercado.
Suspender a descrença é essencial para aceitar que em óperas os segredos são cantados em alto e bom som e para todos ouvidos.

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