quarta-feira, 1 de julho de 2009

I am Jack, and I clearly hate you all

Uma vez na vida me amaram. Essa época de ouro passou, hoje, vivo em uma cidade cercado por pessoas estúpidas. Raramente interessadas em algo mais do que caberem em uma roupa. Quanto mais pessoas conheço, quanto mais esboços humanos interferem o meu cotidiano ridículo, mais certeza eu tenho da imbecilidade alheia, e da minha. Ninguém é confiável, sempre se espera o pior, decepções. Tudo é tão natural que inventa-se a desculpa ridícula que enganarmos uns aos outros faz parte da vida, que nos conformemos com essa realidade. Não é pessimismo, é a pura realidade. A mesma realidade mantida a distância por grades, vidros, velocidade, virtualidade. Ilusões criadas e mantidas para que nos preocupemos em sobreviver, sem se importar com quem não interessa. Ninguém me interessa, nem sobreviver. Deixar um rastro na história é um devaneio esperançoso dos fracassados. A minha esperança consiste na expectativa da enganação, trapaça, da ofensa. É sempre bom estar preparado e conformado. É simplesmente mais fácil manter distância e ser indiferente. É bem fácil ser babaca. Nadamos em latrinas sociais, e nos gabamos do cheiro de merda que exalamos. Não nos distanciamos do ralo por que sentimos falta do nosso cheiro. Se eu tiver sorte, morrerei jovem, enganarei poucos, serei um cadáver bonito, terei um discurso comovente, um epitáfio breve e vago, e ninguém se lembrará de mim.

Um comentário:

Ení Lorca disse...
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